Agora com essa onda de espionagem e o clima ficando ainda mais tenso, depois que Snowden recebeu asilo político da Rússia e surgir várias sátiras do presidente americano Barack Obama onde ele interfere nas conversas de telefone de pessoas, o CRE ficou meio preocupado com a possibilidade dessa espionagem estar recebendo informações de pessoas do Brasil.
Segue abaixo a notícia.
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado
quer saber se as empresas de telecomunicações e de informática
brasileiras que mantêm acordos comerciais com empresas americanas tinham
conhecimento de suposto esquema de espionagem dentro do Brasil. O
presidente da comissão, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), deve anunciar
nos próximos dias o cronograma de audiências com essas empresas, que
deverão esclarecer aos parlamentares se autorizam o acesso das
companhias americanas ao sistema brasileiro de telecomunicações.
explicação tornou-se necessária depois que o jornalista Glenn
Greenwald afirmou ao Senado, em audiência pública na Casa nesta
terça-feira (6), que o sistema de coleta de dados no Brasil funcionaria
de forma simples: uma grande empresa de telecomunicações dos Estados
Unidos – cujo nome ele ainda não pode divulgar – estaria trabalhando em
parceria com empresas que atuam no Brasil para adoção de novas
tecnologias no país. Em troca, ganhariam acesso aos sistemas usados
pelos brasileiros e poderiam coletar as informações que trafegam na rede
para repassá-las ao governo americano.
A alegação apresentada para o repasse de dados ao governo seria de
que as empresas americanas são obrigadas, por lei, a divulgar essas
informações, uma vez que a legislação americana permite o acesso do
governo a dados de estrangeiros. Apenas o acesso às comunicações de
americanos necessita de prévia autorização judicial.
Greenwald lembrou que o Senado e a Câmara, como Poder Legislativo,
podem obter das empresas brasileiras uma resposta sobre terem ou não
conhecimento da suposta espionagem.
- O programa americano invade provedores de Internet, o Skype,
Facebook, sistemas de comunicação que o mundo inteiro está usando,
principalmente os brasileiros. Mas não são Facebook ou Google os
instrumentos, são as empresas de telecomunicações. Acho que elas
deveriam ser obrigadas a dar uma resposta formal sobre isso – argumentou
o jornalista.
O governo americano não deu explicações públicas sobre o caso,
preferindo manter contato de forma privada com o governo do Brasil. Na
avaliação de Greenwald, o Brasil se tiver interesse, tem o poder de
obter uma resposta pública dos Estados Unidos sobre todo o esquema. Se
preferir se omitir, pode estar colocando em risco sua dignidade e
respeito como nação.
Dilma e Obama
O presidente da CRE sugeriu que, em outubro, quando for a Nova York
para a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a
presidente Dilma Rousseff trate pessoalmente do caso com o presidente
americano Barack Obama. Ferraço espera que, da conversa, possa sair um
esclarecimento formal a ser dado à sociedade brasileira.
O deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), presidente da Comissão de
Relações Exteriores da Câmara, disse que Greenwald precisa ser ouvido
também pelas autoridades do Executivo brasileiro para transmitir a eles
os mesmos alertas feitos ao Congresso Nacional. Uma comissão criada pelo
Ministério da Justiça está investigando o alcance e consequência da
espionagem americana no país.
Também presente na audiência, o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ)
sugeriu que o governo brasileiro, junto a outros países, exija dos
Estados Unidos a aprovação de uma legislação que deixe claros os limites
para o acesso às comunicações privadas. Seria o primeiro passo para se
retomar a confiança internacional.
Fonte:
http://goo.gl/kp52IN